viernes, 29 de junio de 2007

El Mundo Maravilloso de Guillermo Enrique Hudson

Código:
8963

Título:
Em um país onde o outro sou eu: o naturalismo místico de William Henry Hudson, entre indivíduo e cultura

Natureza:
Pesquisa

Descrição:

Este projeto corresponde a uma expansão de um dos módulos de "Teoria e práxis do dialogismo na narrativa hispano-americana do século XX", que atualmente integra o projeto INTERTEXTO, registrado no SIGMA e no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq em 2002.Meu interesse pela obra de William Henry Hudson (Argentina-Inglaterra; 1841-1922) teve origem no estudo das relações formais e temáticas entre ensaio e ficção em Ezequiel Martínez Estrada. As linhas mestras do presente projeto formaram-se no decorrer de minha análise do conto "Marta Riquelme" (Curso "Conto Hispano-Americano 1", Fac. Letras UFRJ 2000), quando enfatizei a influência de W. H. Hudson neste relato, uma vez que "Marta Riquelme" é também título de um dos contos de Tales Of The Pampas - The Ombú And Other Stories, cuja dialética homem/natureza, individuo/coletividade serviria a Martínez Estrada como ponto de referência para a revisão crítica da dicotomia civilização x barbárie no contexto histórico-cultural argentino. Com El Mundo Maravilloso de Guillermo Enrique Hudson (1951) Martinez Estrada reconheceria definitivamente a importância do autor, ressaltando aspectos ainda pouco estimados em sua obra, como a prevalência da fantasia sobre a observação objetiva, mesmo nas obras de Hudson consideradas "científicas". Outros aspectos da literatura de Hudson atraíram a atenção de Martinez Estrada, sobretudo o olhar utópico duplamente lançado sobre o espaço rural e urbano no momento crucial em que a modernização das sociedades exigiam, como observou Raymond Williams (The Country and the City), a escolha entre os valores do passado e as promessas do futuro. A Argentina rememorada por Hudson em suas obras funda-se sobre as bases simbólicas de uma escritura naturalista que induz ao questionamento dos próprios conceitos de civilização e cultura, e que, ao mesmo tempo, engendra um espaço privilegiado no qual natureza e sociedade, ciência e imaginação dialogam harmonicamente à procura de uma nova racionalidade capaz de conferir sentido ao mundo. É portanto necessário situar a produção literária de Hudson no contexto histórico-cultural da época e local onde foi concebida, para aí identificar os substratos ideológicos que a compõem e legitimam. Partindo da análise de A Crystal Age e Far Away And Long Ago, procuro destacar os principais temas filosóficos e literários que integraram o processo criador de Hudson, concedendo especial atenção às relações - nem sempre harmônicas - entre ciência e arte no entorno cultural Vitoriano, sutilmente discutidas pelo autor em sua autobiografia. Da exaltação do animismo em Thomas Traherne à crítica de sua ausência em Alexander Pope, passando pela leitura de Charles Darwin através das lentes do primitivismo sensual de Richard Jefferies, a influência Vitoriana em Hudson se desenha em matizes singulares que acabam por posicionar o autor na tênue fronteira entre o Romantismo e o Realismo. São precisamente as "intromissões" das múltiplas e variadas leituras que Hudson acumulou ao longo dos anos, desde sua adolescência, o fator mais decisivo para a transformação, em suas obras, da perspectiva cientificista que impulsionou o pensamento intelectual de sua época. Muitas dessas leituras, fartamente mencionadas em Far Away And Long Ago, contribuiram ainda para alterar, no nível eminentemente estético, determinadas vertentes narrativas privilegiadas na literatura Vitoriana, como a autobiografia, as memórias de infância e os relatos de viagens. Hudson adotaria todas estas modalidades, fazendo interpenetrarem-se os diversos níveis da auto-representação em manifestações discursivas híbridas, nas quais a percepção da natureza - e, conseqüentemente, da alteridade - é filtrada, como em Vaughan e Wordsworth e no transcendentalismo de Aksakov, por um subjetivismo de expressão mística.
Se deseja descarregar o livro Marta Riquelme em espanhol


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